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Maputo, Maputo, Mozambique
FRANCISCANOS OFM DE MOÇAMBIQUE

quarta-feira, 24 de outubro de 2012


Páscoa do Frei Macieira

Em conversa comigo, o Frei José Macieira, guardião da Fraternidade Internacional dos Frades Menores do Saint Bonaventure College, em Lusaka, Zambia, teria manifestado o desejo de ficar algum tempo em Moçambique durante as férias de Junho - Agosto. O tal desejo estava em vista à sua participação na Assembleia Anual da Custódia (Guiúa, 17 – 19 de Setembro) e nas Profissões Solenes de 5 irmãos da Custódia (Maputo, 23 de Setembro). Só depois desses actos é que o Frei Macieira regressaria à Lusaka.

Conforme o programado, o Frei Macieira, depois de visitar os seus irmãos em Francisco, familiares de sangue e amigos de simpatia, participou na Assembleia e nas Profissões.

No dia 25, aproveitando a boleia do Frei Miguel, o animador vocacional, que ia a Chimoio, o Frei Macieira, na companhia do Frei Eduardo e Frei Ricardo, partiram com escala em Inhambane. O Frei Ricardo ficou na sua fraternidade, em Mocumbi, e os restantes irmãos continuaram a viagem e dormiram em Inhambane. No dia seguinte, dia 26, continuaram com a viagem, rumo a Chimoio. O Frei Miguel conduziu o carro até Maxixe, o outro lado da Baía de Inhambane, cerca de 50 Km de distância, e depois os destinos ficaram nas mãos do Frei Macieira. Tudo estava a correr muito bem, pararam em Mapinhane, cerca de 200km da Maxixe, saudaram a Directora da  Escola, uma religiosa, amiga do Frei Macieira. Depois das saudações continuaram com a viagem.

Depois de atravessar o Rio Save, perto de Muxungue, por volta do meio dia, o sono assaltou o carro e apoderou-se dos seus ocupantes. O Frei Miguel quando desperta, o carro já se encontrava fora da faixa de rodagem, no mato, na mão contrária. Foi nessa altura que o Frei Miguel chamou à atenção ao Frei Macieira  e este, na querendo controlar a situação, tentou repor o carro na faixa, mas sem sucesso, pois o carro atravessou a estrada; o Frei Miguel, sem saber como, vê-se sentado no chão, assiste o derradeiro momento do Frei Macieira: o carro capotou: rodas no ar, virado para a direcção de origem. Os dois ocupantes continuavam na viatura, a sangrar. O Frei Eduardo com ferimentos nas ambas as mãos e na cabeça; o Frei Macieira entalada no carro, com golpes fortes na cabeça e na mão direita – sem palavras, somente suspirava.

Com ajuda de algumas pessoas que acorreram ao sítio, o Frei Macieira foi retirado do carro, estendido no chão; passados alguns minutos expirou.

Os Padres Combonianos de Muxungue, assim que receberam a notícia, dirigiram ao local e levaram o Corpo do Frei Macieira e os restantes  companheiros  para o Hospital de Muxungue. Os feridos estavam, conforme os exames médicos, estavam fora do perigo.

Nisso, chegou ao local, vindo de Chimoio, o Frei José Manuel Bambo, na companhia do Seminarista Nhaquila;  Feitos os trâmites, não havendo no local meios para a conservação de corpos, o Frei Bambo levou os seus irmãos, vivos e falecido, para Chimoio naquele mesmo dia.

No dia 28, logo a seguir à Missa das 18:00h, na Sé Catedral de Chimoio, iniciou o velório até ao dia seguinte. Já às 8:00h do dia 29, no mesmo local, celebramos a Missa do Corpo Presente no meio de uma grande moldura humana. Participaram deste acto pessoas vindas de Maputo, Inhambane, Beira, Tete, Zimbabwe, Zâmbia e ainda de outros lugares. Depois da Missa, o Cortejo Fúnebre dirigiu-se à Marera, terra natal do Frei Macieira, para o enterro.

O corpo do Frei Macieira repousa na Missão de Marera, ao lado de seu sobrinho, Padre Ezequiel falecido há alguns anos.

Que a alma do Frei Macieira descanse em Paz.

 
Frei Evódio

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