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Maputo, Maputo, Mozambique
FRANCISCANOS OFM DE MOÇAMBIQUE

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Profissões Solenes

 
No dia 23 de Setembro de 2012, na Igreja de Santo António da Polana, Maputo, emitiram os seus Votos Solenes na Ordem dos Frades Menores os seguintes irmãos: Frei Júlio João Quaria, Frei Paulo Luís Constantino, Frei Edson Ausgusto Nhatuve, Frei Lameque André Michangula e Frei Agostinho Julieta Matlavele.
 
A celebração presidida pelo Senhor Dom Francisco Chimoio, Arcebispo de Maputo, contou com a presença do Senhor Dom Hilário da Cruz Massinga, Bispo de Quelimane, os Frades Menores de Moçambique, os pais do professandos, religiosos e religiosas, os fiéis de Santo António da Polana e convidados.
 
Durante a homilia, o presidente da celebração explicou o sentido das leituras que davam um ensinamento sobre a sabedoria divina e supera a terrena. Quanto à profissão, o Senhor Arcebispo tocou nos desafios da Vida Consagrada e apelou a todos, os prefessandos, os frades menores, familiares e o povo a fazer tudo por tudo para respeitar o compromisso que era tomado naquele dia.
Depois da Santa Eucaristia, seguiu-se ao Copo d´Agua e recreação no Salão Paroquial.
 
Da esquerda para direita: Frei Paulo, Frei Júlio, Frei Agostinho, Frei Lameque e Frei Edson.
 
 


Páscoa do Frei Macieira

Em conversa comigo, o Frei José Macieira, guardião da Fraternidade Internacional dos Frades Menores do Saint Bonaventure College, em Lusaka, Zambia, teria manifestado o desejo de ficar algum tempo em Moçambique durante as férias de Junho - Agosto. O tal desejo estava em vista à sua participação na Assembleia Anual da Custódia (Guiúa, 17 – 19 de Setembro) e nas Profissões Solenes de 5 irmãos da Custódia (Maputo, 23 de Setembro). Só depois desses actos é que o Frei Macieira regressaria à Lusaka.

Conforme o programado, o Frei Macieira, depois de visitar os seus irmãos em Francisco, familiares de sangue e amigos de simpatia, participou na Assembleia e nas Profissões.

No dia 25, aproveitando a boleia do Frei Miguel, o animador vocacional, que ia a Chimoio, o Frei Macieira, na companhia do Frei Eduardo e Frei Ricardo, partiram com escala em Inhambane. O Frei Ricardo ficou na sua fraternidade, em Mocumbi, e os restantes irmãos continuaram a viagem e dormiram em Inhambane. No dia seguinte, dia 26, continuaram com a viagem, rumo a Chimoio. O Frei Miguel conduziu o carro até Maxixe, o outro lado da Baía de Inhambane, cerca de 50 Km de distância, e depois os destinos ficaram nas mãos do Frei Macieira. Tudo estava a correr muito bem, pararam em Mapinhane, cerca de 200km da Maxixe, saudaram a Directora da  Escola, uma religiosa, amiga do Frei Macieira. Depois das saudações continuaram com a viagem.

Depois de atravessar o Rio Save, perto de Muxungue, por volta do meio dia, o sono assaltou o carro e apoderou-se dos seus ocupantes. O Frei Miguel quando desperta, o carro já se encontrava fora da faixa de rodagem, no mato, na mão contrária. Foi nessa altura que o Frei Miguel chamou à atenção ao Frei Macieira  e este, na querendo controlar a situação, tentou repor o carro na faixa, mas sem sucesso, pois o carro atravessou a estrada; o Frei Miguel, sem saber como, vê-se sentado no chão, assiste o derradeiro momento do Frei Macieira: o carro capotou: rodas no ar, virado para a direcção de origem. Os dois ocupantes continuavam na viatura, a sangrar. O Frei Eduardo com ferimentos nas ambas as mãos e na cabeça; o Frei Macieira entalada no carro, com golpes fortes na cabeça e na mão direita – sem palavras, somente suspirava.

Com ajuda de algumas pessoas que acorreram ao sítio, o Frei Macieira foi retirado do carro, estendido no chão; passados alguns minutos expirou.

Os Padres Combonianos de Muxungue, assim que receberam a notícia, dirigiram ao local e levaram o Corpo do Frei Macieira e os restantes  companheiros  para o Hospital de Muxungue. Os feridos estavam, conforme os exames médicos, estavam fora do perigo.

Nisso, chegou ao local, vindo de Chimoio, o Frei José Manuel Bambo, na companhia do Seminarista Nhaquila;  Feitos os trâmites, não havendo no local meios para a conservação de corpos, o Frei Bambo levou os seus irmãos, vivos e falecido, para Chimoio naquele mesmo dia.

No dia 28, logo a seguir à Missa das 18:00h, na Sé Catedral de Chimoio, iniciou o velório até ao dia seguinte. Já às 8:00h do dia 29, no mesmo local, celebramos a Missa do Corpo Presente no meio de uma grande moldura humana. Participaram deste acto pessoas vindas de Maputo, Inhambane, Beira, Tete, Zimbabwe, Zâmbia e ainda de outros lugares. Depois da Missa, o Cortejo Fúnebre dirigiu-se à Marera, terra natal do Frei Macieira, para o enterro.

O corpo do Frei Macieira repousa na Missão de Marera, ao lado de seu sobrinho, Padre Ezequiel falecido há alguns anos.

Que a alma do Frei Macieira descanse em Paz.

 
Frei Evódio